quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Por Trás do Cotidiano - Frases Populares


A justiça é cega: Sua base está na deusa da justiça Têmis. Filha de Urano e Gaia, foi ensinada junto a Nêmesis, a divindade da retaliação. Era representada pelos gregos como uma deusa de olhos vendados, mostrando que a justiça é relativa, pois assim como a justiça pode ser feita em prol dos inocentes, também pode ser feita a injustiça, dando a razão a alguém que na verdade seria culpado. Daí vem a origem da frase "A justiça é cega".

Agradar a gregos e troianos: refere-se à Guerra de Tróia, conflito o qual lançou gregos contra troianos. Como ambos os lados eram muito diferentes um do outro, diz-se impossível agradar a gregos e troianos.

Bicho de sete cabeças: tal expressão tem origem na lenda da Hidra de Lerna. Tal monstro, filho de Tifão e Equidna, assolava a região de Lerna, e era conhecida por possuir sete cabeças. Héracles, a mando de Euristeu, vai até a região para combater o monstro. Após cortar algumas cabeças do monstro, o herói percebe que a cada uma cortada, duas cresciam em seu lugar. Só com a ajuda de seu sobrinho Iolau que o filho de Zeus conseguira vencer tal luta. Pois quando o tio cortava alguma das cabeças do monstro, o sobrinho cauterizava o ferimento. Assim sobrara só a cabeça imortal, a qual ele cortou e soterrou com pedras. A frase representa a atitude de alguém que coloca diversos limites à realização de uma tarefa.

Calcanhar de Aquiles: Relativa ao célebre herói grego Aquiles. Sua mãe, Tétis, banhara-o no rio Estige, deixando-o com a pele invulnerável. Contudo, ao segurá-lo pelo pé, deixara seu calcanhar coberto, não deixando a a água banhá-lo. Assim, o calcanhar era o único ponto mortal do herói. Ao saber disso, o herói troiano Páris faz um estratagema para matá-lo. Utilizando da beleza de sua irmã, ele faz com que ela o atraia para uma armadilha, conseguindo matá-lo disparando uma flecha em seu calcanhar. A frase é utilizada para designar o ponto fraco de uma pessoa.

Cair nos braços de Morfeu: inspirada no deus grego dos sonhos, filho de hipnos. Em grego antigo "Μορφε" siginifica forma, podendo representar a característica do deus, de poder assumir a forma de humanos para transmitir mensagens às pessoas em seus sonhos, ou fazer uma alusão ao fato de que os sonhos podem tomar qualquer forma possível. "Cair nos braços de Morfeu" significa possuir um sono tranquilo, como se estivesse na presença do deus.

Caixa de Pandora: Referente ao jarro de males que fora dado a Epimeteu por Prometeu. O titã acorrentado aconselhara o irmão a não abri-lo,e nem receber presentes de Zeus. Porém, assim que vê Pandora, a mulher criadapelos deuses, Epimeteu logo se esquece do conselho de Prometeu e aceita-a comosua mulher. Após algum tempo, vencida pela curiosidade, Pandora acaba por abriro jarro, e libera diversos males pelo globo, deixando lá dentro apenas Elpis, apersonificação da esperança. A frase mostra algo que gera curiosidade, mas que émelhor não ser revelado ou estudado, pois seria fonte de males ou desgraças.

Entre Cila e Caríbdis: Na mitologia, Cila e Caríbdis eram dois monstros os quais moravam em lados opostos ao estreito de Messina. Cila era uma criatura marinha, que provocava redemoinhos de modo a levar tudo na superfície do mar à sua boca, para depois cuspi-los. Caríbdis morava em uma gruta, em frente a Cila, e saía dela para comer o resto deixado por ela. A expressão "Entre Cila e Caríbdis" designa a ideia de estar entre duas ameaças, sem conseguir decidir qual das duas é pior.

Esforço hercúleo: refere-se ao herói Héracles, o romano Hércules. Tal semideus, filho de Zeus e Alcmene, foi conhecido por seus doze trabalhos, os quais estavam acima da capacidade mortal. É chamado "esforço hercúleo" o esforço que está no limite ou além da capacidade humana.

Leito de Procrusto: Procrusto era um bandido da ática, que matava todos os seus hóspedes. Ele os conduzia a um leito de ferro que possuía em sua casa. ao deitarem-se nele, os hóspedes possuíam partes do corpo amputadas, caso fossem maiores que ela, ou então se corpo era esticado, caso este fosse maior que a cama, torturas as quais sempre levavam à morte. Só quando Teseu por lá passou, que Procrusto foi derrotado, vítima de sua própria prática. "Leito de Procrusto" refere-se à aplicação de uma medida única, forçando todos a aceitarem-a.

Pomo da discórdia: remetente à Guerra de Tróia, faz alusão à sua origem. No casamento de Peleu e Tétis, todos os deuses foram chamados, a não ser Éris, a deusa da discórdia. Indignada com isso, ela lança sobre a mesa do banquete uma maçã de ouro, com os dizeres "Para a mais bela". Com isso, Hera, Afrodite e Atena começam a disputar o posto de mais bela das deusas. Zeus, para manter-se de fora de tal conflito, diz a elas que peçam para que o camponês troiano Páris julgue-as. Tal julgamento acaba por causar a guerra mais tarde. É chamado de "pomo da discórdia" algo que dá motivo a uma discussão ou a uma desavença.

Presente de Grego: Tal expressão remete à lenda da Guerra de Tróia. Protagonizada por gregos de um lado e troianos de outro, foi uma guerra feita buscando a devolução de Helena, esposa de Menelau, que fora raptada pelo príncipe troiano Páris. Após dez anos de guerra, devido à uma estratégia de Odisseu, os gregos conseguem ganhar. Fingindo deixar a cidade, eles deixam um cavalo de madeira de presente aos troianos. Sem prestar atenção aos avisos de Cassandra,a profetisa da cidade, os troianos levam o cavalo para dentro das muralhas.Saindo de dentro do cavalo, os guerreiros gregos subjugaram-na. A expressão demonstra um presente que traz prejuízo ou aborrecimento a quem recebe-o.

Profecia de Cassandra: Tem origem na filha do rei troiano Príamo, Cassandra, a qual ganhara seu dom de prever o futuro após prometer aApolo que se deitaria com ele. Porém, após receber o dom, a jovem recusasse adeitar-se com ele, fazendo com que o deus sol a amaldiçoa-se. Assim ela passa aprever o futuro, porém devido a Apolo, ninguém acreditava em suas palavras, umadas várias causas da Guerra de Tróia. É chamada “Profecia de Cassandra” umaprofecia catastrófica ou uma profecia na qual ninguém acredita.

Torcer a orelha: Tal expressão faz alusão à deusa Mnemósine, mãe das Musas. Na mitologia grega, ela era a deusa da memória, a única capaz de fazer frente aos poderes de Cronos. Como os gregos dedicavam a ela a orelha, quando esqueciam-se de algo, torciam-na, como um modo de estimular a memória e não mais cometer esquecimentos. Tal gesto acabou virando um ato de punição.

Trabalho de Sísifo: Sísifo, rei de Corinto, foi uma das poucas pessoas a enganar(ou quase) a Morte. Quando Tânatos fora buscá-lo, o rei começara a elogiá-lo. O deus, sendo tão vaidoso quanto todos os outros, deixa ser levado pela lábia do soberano. Assim, Sísifo consegue colocá-lo em uma coleira, sob o pretexto de estar oferecendo um colar ao deus. Com o deus da morte acorrentado e sua evidente incapacidade de realizar seu trabalho, as pessoas começam a não morrerem mais. Revoltado com tal situação, o deus Ares passa a procurar Tânatos. Ao achá-lo, o deus da guerra liberta-o e Sísifo é levado ao submundo. Porém, o rei havia aconselhado a mulher e os filhos a não realizarem os ritos fúnebres, de modo que sua alma não pudesse estabelecer-se no Hades por completo. Com tal situação, Hades vê-se sem saída, senão deixar que o rei voltasse à vida e fizesse certo os ritos. Porém mais uma vez o rei engana a morte durante tempos, até que a velhice leva-o finalmente de volta para o reino dos mortos. Lá, o rei é condenado a rolar uma pedra até o cume de uma montanha, e sempre ao chegar lá, ver a pedra descer todo o caminho, tendo de recomeçar seu trabalho. a expressão "Trabalho de Sísifo" é utilizada para nomear uma tarefa que é exaustiva, inútil e interminável.

Voto de Minerva: Tal expressão remete À uma das histórias da Guerra de Tróia. Para conseguir vitória na guerra, Agamenon, chefe das forças gregas, oferece a vida de sua filha em sacrifício aos deuses. Clitemnestra, mulher de Agamenon, cega de ódio pela morte da filha, acaba por matar o marido. Assim, Apolo ordena que Orestes, filho do casal, vingue a vida do pai. Após Orestes matar a mãe, seu crime também teria que ser julgado. O jovem suplica a Apolo, e o deus concede-o um julgamento. Porém, a decisão dos doze cidadãos da cidade terminara empatada. Assim, Atena é chamada para desempatar o empasse. A deusa da sabedoria profere seu voto, poupando a vida a vida do jovem. "Voto de Minerva" refere-se à um voto de desempate, aludindo à versão romana de Atena.

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