quarta-feira, 4 de abril de 2012

Faetonte (φαεθών)


Em alguns contos era representado como filho de Apolo e em sua maioria como filho de Hélios. Isso talvez deve-se ao fato de que assim como Selene e Ártermis, Hélios é considerado o deus-sol principal, personificando o astro, enquanto Apolo era um deus-sol apenas representativo.

Sendo um semideus, Faetonte vivia na Terra com sua mãe Clímene, ajudando-a sempre que ela necessitava. Em sua região morava também Épafo, filho de Zeus e Io, princesa a qual fora transformada em uma novilha por Zeus, para livrá-la da ira de Hera. E por ser filho de Zeus, zombava sempre de Faetonte quando perdia para ele nas corridas de bigas, insinuando que era mentira tudo o que dizia sobre sua paternidade.

Inflado com essas acusações, Faetonte chega em casa e comenta tal assunto com sua mãe. Ela diz ao garoto que se ele tanto duvidava do que ela dizia, que fosse ele mesmo à morada do sol, dizendo a trajetória a ser feita até onde seu pai habitava.

Quando chega, Faetonte é recebido e conversa com seu pai. Ele conta da briga que teve, e sobre as suspeitas do "amigo". Hélios fica em dúvida sobre o que fazer e seu filho pede que ele faça um juramento à ele que seu pedido seria cumprido. Mesmo sem ver um motivo aparente para fazer isso, ele jura pelo rio Estige, o juramento mais sagrado a ser feito por mortais ou imortais. Assim que faz seu juramento, Faetonte pede ao pai que deixasse-o guiar a carruagem do sol.

Hélios não acredita no que ouve, e tenta de todas as maneiras possíveis dissuadir o filho de realizar tal ato, dizendo que nem Zeus conseguiria tal façanha, porém tudo em vão. Faetonte já estava determinado a guiar os carros, e não ouve os sábios conselhos do pai. Junto à determinação de Faetonte, o carro de Eos já chegava, anunciando o fim da aurora e o momento da saída do carro do Sol. Hélios prepara o filho, passando nele um unguento para protegê-lo do alto calor emanado pela carruagem. Ele o dirige ao carro onde Aethon, Eous, Pyrois e Phlegon esperavam seu condutor. Ele diz ao filho que segure com firmeza as rédeas, para que os cavalos não saíssem de controle, que não chicoteasse-os e que viajasse sempre pela rota marcada pelas rodas que milhares de vezes já estiveram por ali.

Porém, logo que começa a dirigir o carro, Faetonte começa a imaginar coisas e coisas, perdendo a concentração no trabalho a ser feito. Porém, os cavalos perceberam que seu cavaleiro não era o habitual, e que estavam em mãos inexperientes. Assim, eles logo saem de sua rota, queimando e congelando a Terra, quando respectivamente iam muito perto ou muito longe dela.

Logo que sente sua superfície congelando e derretendo Gaia, a Mãe-Terra, roga a Zeus para que acabe logo com seu sofrimento, se fosse sua intenção, que ateasse logo fogo à sua superfície e acabasse com a vida existente nela. Zeus então acha pelos céus a causa de todos os problemas: Faetonte e o carro desgovernado de Hélios.

Em seguida, Zeus aparece sobre uma nuvem e lança dois raios, extinguindo o fogo da Terra e em seguida a vida do corpo de Faetonte. O semideus então, fora enterrado pelas hespérides, as guardiãs da árvore dos pomos de ouro. Suas irmãs, as Helíades, ficaram ali chorando o irmão para o resto de seus dias, quando foram transformadas em salgueiros pelos deuses.

Após esse acidente, os pólos da Terra ficaram cobertos com as calotas de gelo, enquanto montanhas espalhadas pelo mundo ainda expelem o fogo de suas entranhas originado pelo carro desgovernado.

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