sábado, 1 de outubro de 2011

Orfeu



Orfeu era um jovem filho de Apolo com a musa Calíope. O pai, deus da música, dera de presente a ele uma lira e o ensinara a tocá-la com perfeição, quase tão bem quanto ele próprio. Com tal talento, Orfeu conseguia fazer com que os mortais não resistissem ao encanto de sua música, os animais se domesticavam ao ouvi-la, assim como as árvores e rochedos. Tamanha era a beleza de sua música, que durante a expedição dos Argonautas todas as vezes em que a tripulação se encontrava desanimada, ele tocava sua lira. Ao escutar o som e se deixar levar por ele, os tripulantes se sentiam com energia e ânimo renovados e logo a viagem prosseguia com seu curso. Além disso, a música interrompia brigas internas que irrompiam entre a tripulação e chegou a salvá-los das sereias onde, com sua lira, conseguiu acabar com a música contagiante de tais monstros.
Tornou-se famoso a partir de sua história com Eurídice. Ela era uma jovem que seguia-o a todos os lugares que ele fosse. Tanto em suas apresentações para os homens quanto para os animais e árvores, ela estava lá. Eles conversam e Eurídice pede para que Orfeu a deixe presenciar todas as suas cantorias. Além de deixa que faça isso, Orfeu acaba por se casar com Eurídice. Porém, como nada dura para sempre, logo Eurídice sofre a ação de Moros. Fugindo de um apicultor que a perseguia, a jovem pisa em um ninho de cobras, as quais a picam até sua morte. Após isso, as ninfas amigas de Eurídice amaldiçoam as abelhas do homem.
Após algum tempo, Orfeu encontra o corpo inerte de sua amada. Desolado, resolve ir até o *Hades para falar com o deus Hades. Ele começa a tocar sua lira a caminho do mundo subterrâneo. Caronte chora se lembrando de memórias felizes que nem sabia ainda ter, Cérbero se lembra sendo levado ao mundo inferior quando filhote. Cada alma no lugar se lembra de suas atrás e se comovem pelo herói e até mesmo Perséfone, rainha do submundo, se sente tocada pelas palavras do estranho que adentrava seu território, lembrando-se de quando estava em companhia das ninfas e é atraída pela armadilha de Hades e tragada para dentro da Terra. Inclusive as fúrias choram e pela primeira vez, seu senhor também. Após parar, Hades pergunta a Orfeu o que ele deseja, e o herói diz sua situação, e que deseja levar sua amada de volta ao mundo dos vivos. O deus dos mortos concorda, mas adverte-o a não olhar para trás em busca de sua amada, e diz que ele cumpriria sua palavra. Orfeu inicia sua jornada de volta, tentando sempre dar uma espiada em sua amada. Ao chegar à superfície se vira para vê-la, mas esquece que Eurídice também teria que estar de fora do Hades.  Ao que ele se vira, ele percebe seu erro, e vê sua amada desaparecendo diante de si.
Após sua missão mal sucedida, Orfeu fica vagando sem rumo certo desprezando todas as investidas das mulheres ao seu redor. Certo dia, irritadas com Orfeu e excitadas pelos ritos de Dionísio, elas começam a lançar flechas e pedras contra ele. Porém, ao som de sua música, os instrumentos caíam, incapazes de atingir seu alvo. Com sua gritaria, as mulheres conseguem abafar o som de sua lira, e com isso, conseguem se vingar pelo desprezo.
As Musas ajuntam seus pedaços e enterram. Segundo se diz, o Rouxinol canta mais suavemente sobre ele. Orfeu finalmente volta ao mundo dos mortos e revê sua finada esposa, sem o problema de olhá-la e ela ser tirada dele novamente

*Nota: o submundo pode também ser tido como Hades, assim como existe o Tártaro (lugar) e o Tártaro deus

Acima: quadro Lamentation d'Orphée no museu d'Orsay, em Paris

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