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domingo, 1 de julho de 2012

Percy Jackson e os Olimpianos - O Ladrão de Raios


Capítulo seis

Minha transformação 
em senhor supremo 
do banheiro

Página 86 - Conversando com Quíron, Percy pergunta se, como o Olimpo, o Mundo inferior também era real. O submundo, também chamado de Hades*, era o local para o qual as almas iam assim que morressem, levadas até ele por Tânatos, Hermes ou até Caronte, ainda que o real deus da morte seja Tânatos. Lá, as almas eram julgadas por três juízes, Minos, Éaco e Radamanto, os quais decidiam se a alma iria para o Tártaro, o Campo dos Asfódelos, e os Campos Elísios.

Página 90 - Ao falar de seus parentes, Quíron menciona sua natureza selvagem e bárbara, muitas vezes antes mencionada aqui no blog, igual ao fato do centauro ter instruído Héracles e também sua morte, fato referido em outros capítulos do mesmo livro.

Página 91/93 - Ambas as páginas, as quais referem-se à entrada de Percy no chalé 11, o chalé de Hermes, mencionam aspectos relacionados ao deus. O primeiro é o caduceu, o simbolo do chalé, objeto o qual inicialmente pertencia à Apolo, enquanto ele conduzia seu rebanho. O outro dos aspectos é sua relação com as viagens, pois o deus dos pés alados era patrono do viajante, qualquer fosse ele.

Página 94 - Ao mencionar o Minotauro, Percy fica confuso por ele ainda existir, pois ele havia sido morto milênios antes. Sua "primeira" morte, se levado em conta o enredo do livro, dá-se quando Teseu, buscando salvar Atenas de seu imposto para com Creta, o de oferecer anualmente sete mulheres e sete homens para serem sacrificados ao Minotauro. Ajudado por Ariadne, ele entra no labirinto, mata o minotauro e sai ileso.

Página 95 - Assim como na Grécia antiga e em seus contos, também nos livros eles evitam falar o nome das Fúrias(na mitologia grega chamadas Erínias), com medo de que isso as invocasse. Uma das maneiras de evitar pronunciá-lo era chamá-las de Benevolentes.

Página 96 - Nos livros sendo apenas as comidas dos deuses e podendo incinerar os semideuses, a Ambrosia e o Néctar eram a comida e a bebida as quais davam a eles sua imortalidade.

Página 99 - Quando enfrenta Clarisse, ou pelo menos tenta não ter sua cabeça enfiada na privada, Percy controla, mesmo que sem saber, a água. Na mitologia, um dos poucos contos em que um semideus tivera o poder igual ao de seu pai fora no conto de Belerofonte. Nele, buscando não morrer pelas mãos do soldado de Iobates, ele pede ajuda a Poseidon, o qual concede a ele o poder de dominar as águas.

*O nome Hades pode servir tanto para referir-se ao deus quanto ao mundo inferior.

Percy Jackson e os Olimpianos - O Ladrão de Raios


Capítulo Cinco

Eu jogo pinochle
com um cavalo

Página 66 - Quando Percy está semi-acordado, ele diz ver um ser que parecia um surfista, com no mínimo uma dúzia de olhos. Tal criatura é na verdade Argos, um gigante criado por Hera para vigiar uma das amantes de Zeus transformada em uma novilha, uma princesa chamada Io. Zeus se compadece de Io e manda seu filho Hermes ao local para salvá-la. O astuto deus conversa e canta, até que o gigante durma, com seus cem olhos fechados. Nesse momento, Hermes decapita Argos. Para lembrar de tal criatura, Hera coloca seu nome na cidade grega de Argos e seus 100 olhos na cauda do pavão, um de seus símbolos.

Página 67 - Na exclamação "Oh, Estige!", também há mitologia. Estige é o nome de uma oceânide que ajudara Zeus na guerra contra os Titãs, a Titanomaquia. Por ser a primeira a resolver ajudar Zeus, o deus diz que os juramentos feitos no nome dela não poderiam ser quebrados, com a pena de morte para humanos e a pena de imobilidade durante dez anos divinos para os deuses, o que era basicamente a morte para eles. É mãe de Niké, Cratos, Bia e Zelo.

Página 70 - Ao descrever seu passeio pelo acampamento, Percy diz ver cavalos alados, os chamados pégasos. Originalmente, há apenas um, filho de Poseidon e Medusa, irmão de Crisaor. Ambos nasceram após Perseu cortar a cabeça do monstro. Por ter dois pais tão tempestuosos, Pégasus é também um animal arredio, só sendo domado por Belerofonte, quando Atena ajuda-o.

Página 72 - Ao ver seu professor de latim, Percy se vê cara a cara com a revelação: seu mentor era na verdade o mentor de vários outros heróis. O centauro Quíron aparece como instrutor de Héracles, Asclépio, Acteón, Aquiles, entre outros. Era um centauro sábio e imortal, ao contrário de seus vários outros parentes, os quais aparecem durante a saga. Nas lendas, sua morte dá-se por um contato com uma flecha contaminada pelo veneno da Hidra de Lerna, seguido de suas súplicas a Zeus de que o deixasse morrer, acabando por ser transformado em uma constelação.

Páginas 70, 77, 78, 79 - Pouco antes de conhecer o diretor do Acampamento, Percy nota que ele está usando uma camisa havaiana com estampa de tigre para, momentos depois vê-lo criar uma taça de vinho. Pouco após ele se dá conta que ele tem à sua frente o deus Dionísio, deus do vinho, das festas e da insanidade. Enquanto sua camisa representa um dos animais consagrados a ele, o vinho representa uma de suas esferas de poder. Logo depois, ao duvidar de sua divindade, Percy é forçado por ele a ter visões de "vinhas estrangulando descrentes até a morte" e "marinheiros gritando enquanto suas mãos se transformavam  em nadadeiras, os rostos se alongando em focinhos de golfinho". Tais frases remetem ao conto em que Dionísio, em forma de recém nascido, é raptado por marinheiros e, ao testar as reais intenções deles e ver a verdade, convoca vinhas, que estraçalham o barco, enquanto os marinheiros, que tentavam escapar da ira do deus, transformavam-se em golfinhos assim que tocavam no mar.

Página 80 - Dionísio menciona que a morada dos deuses muda de acordo com o coração do Ocidente. Para os gregos o Olimpo era um palácio situado no monte de mesmo nome, o segundo maior da Grécia. Após ganharem dos Titãs, lá estabeleceram sua morada.

Página 81 - Ao mencionar o símbolo do país, Washington, Quíron mostra, assim como nos sonhos de Percy, que a águia é um dos símbolos de Zeus.

Percy Jackson e os Olimpianos - O Ladrão de Raios


Capítulo Quatro

Minha mãe me
ensina a tourear

Página 53 - Ao fugir com sua mãe e seu amigo Grover, Percy descobre que este possui a parte de baixo de seu corpo igual à de um bode. Logo ele é avisado que seu amigo é na verdade um sátiro. Na mitologia, os sátiros eram espíritos da natureza, representados como no livro. Costumavam acompanhar o deus Dionísio em seus festejos e rituais. Seu principal representante era Sileno, o sátiro o qual fora ajudado por Midas, quando este ganhou seu toque de ouro. Além de Sileno, um sátiro muito conhecido também foi Mársias. Conta a história que quando a deusa Atena criou a flauta e mostrou aos outros deuses, todos riram de sua cara, literalmente. Ao ver em um espelho a expressão de sua cara ao levar o instrumento aos lábios, Atena amaldiçoou-o e o jogou fora. Porém, logo o instrumento estava de volta às mãos de alguém. Encontrando-o e vendo que o som era bonito, o sátiro Mársias começou a treinar sua melodia, ao ponto de, assim como Aracne e Níobe, ousar comparar-se aos deuses, e nesse caso, ao deus da música Apolo. Ao ouvir isso o deus do sol desafia-o para uma disputa, ele com a lira e o sátiro com a flauta, tendo como juízas as Musas. Porém, diante da magnífica música de Mársias, as Musas não viram outra alternativa senão considerar empate. Enfurecido, Apolo sugere então que eles toquem seu instrumentos invertidos, para desgraça de Mársias, pois a lira pode facilmente ser tocada ao inverso, ao contrário da flauta. Perdendo então a competição, Apolo esfola-o vivo. De seu sangue forma-se o rio que possui o mesmo nome do sátiro.

Página 54 - Ao relembrar as velhinhas que Percy viu no capítulo dois, Grover explica que elas na verdade eram as Parcas, quando deveria ter dito que eram as Moiras, por estas serem da mitologia grega e aquelas da mitologia romana.

Página 58/59 - Assim que passam a serem ameaçados, Sally chama o monstro que está perseguindo-os de "filho de Pasífae", sendo descoberto logo em seguida que tal monstro é o minotauro. Tal criatura nascera após o rei Minos tentar enganar Poseidon, logo depois que o deus fizera-o rei dos mares. A condição imposta por Poseidon seria que Minos sacrificaria um touro mandado pelo deus dos mares. Porém, ao ver a beleza do animal, o rei tenta enganar o deus e sacrifica um touro de segunda categoria. Com uma afonta dessas, Poseidon fica furioso e pede ajuda a Afrodite em sua vingança. A deusa do amor induz Pasífae, mulher de Minos, a amar um touro branco da manda do marido, o qual deveria ter sido sacrificado ao deus dos mares. Porém, como levar adiante esse amor sendo ela humana e ele um animal? Desesperada, Pasífae pede ajuda a Dédalo, o famoso construtor do labirinto do Minotauro, monstro que coincidentemente é filho da rainha. Dédalo cria um jeito de Pasífae se unir ao touro, uma espécie de vaca que permitisse, com Pasífae em seu interior, tal feito. Dessa união surge o Minotauro.

Percy Jackson e os Olimpianos - O Ladrão de Raios


Capítulo Três

Grover de repente 
perde as calças

Página 48 - Ao mencionar um encontro com uma pessoa suspeita e com apenas um olho na testa, Percy na verdade vira um ciclope. Na mitologia, os ciclopes são comumente filhos de Gaia, sendo principais os três primeiros, irmãos dos hecatônquiros e dos Titãs. São chamados Arges, Brontes e Estéropes, e possuem a imortalidade. São eles, junto aos hecatônquiros, que ajudam os deuses olimpianos na chamada Titanomaquia.

No seguinte parágrafo, Percy diz ter uma vez sido atacado por uma cobra quando estava em seu berço, e conseguira estrangulá-la  com suas mãos. Esse fato remonta ao conto de Héracles, semideus filho de Zeus e Alcmene. Tendo ela se deitado com ambos na mesma noite, ainda que sem tomar conhecimento disso, Ela acaba por dar a luz a dois filhos: Héracles e Íficles. Tentando matar o filho de seu marido, Hera manda duas cobras ao seu berço, as quais acabam por serem estranguladas pelas mãos do bebê que mais tarde seria o herói mais célebre da mitologia.

Página 49 - Ao descrever seu sonho, Percy diz ter visto uma águia dourada e um cavalo branco brigando entre si. Sem saber sobre isso, na realidade ele vê uma representação de Zeus e Poseidon brigando, pois utilizaram seus animais sagrados para lutarem. O símbolo de Zeus é uma águia, pois é um animal que domina os céus, enquanto o cavalo branco faz alusão ao fato de que Poseidon havia criado os cavalos da espuma do mar, por sua cor branca, aludindo às espumas.

Página 51 - Apenas como curiosidade, não possui relação com algum conto da mitologia em si, mas apenas com o grego antigo, "O Zeus kai alloi theoi!"  (em grego antigo: Ω Ζευ και αλλοι θεοι) é algum tipo de exclamação de proteção, significando "oh Zeus e outros deuses!".

Percy Jackson e os olimpianos - O Ladrão de Raios


Capítulo Dois

Três velhas senhoras
tricotam as meias da morte

Página 26 - Ao mencionar seus estudos sobre mitologia grega, Percy cita o nome de quatro divindades: Quíron, Caronte, Polidectes e Polideuces. O primeiro é um centauro, um dos poucos civilizados, o qual costumava treinar os heróis gregos, como Aquiles e Héracles. Era também imortal, em contraste aos seus parentes. Porém, ao encontrar-se com Héracles durante seu trabalho com o javali, o centauro acaba por sentir em seu sangue o veneno da Hidra. Sem conseguir encontrar a cura para tal enfermidade, ele pede a Zeus que tire sua imortalidade para que possa morrer em paz. Se apiedando, Zeus concede  tal desejo porém, ao invés de deixá-lo descer ao Hades, Zeus coloca-o no céu, originando a constelação de Sagitário.

Caronte, por sua vez, era o barqueiro do submundo. Filho de Nix, era ele o responsável por cruzar o rio o qual separava o mundo dos vivos do mundo dos mortos. Para que pudessem atravessar, os familiares dos mortos deveriam colocar em seus olhos ou sob sua língua dracmas, para que com elas a travessia fosse paga. 

Já Polidectes, é o rei da região da Séfiros, o qual, para poder se livrar de Perseu, finge se casar com Dânae, sua mãe, e como dote de casamento, manda-o conseguir a cabeça da Medusa, esperando que o enteado morresse. Porém, tal plano falha, e vendo a cabeça da Medusa em sua frente, o rei não fora mais capaz de nada fazer, apenas servir de descanso para os pássaros no jardim.

Por último, Polideuces pode se referir ao irmão de Castor. Em algumas versões do mito, seu nome é Polideuces, e não Pólux, apesar de provavelmente referirem-se ao mesmo personagem. Sendo Polideuces filho de Zeus com Nêmesis, este possuía a imortalidade, enquanto Castor era totalmente mortal. Eram inseparáveis, e quando Castor morreu, seu irmão pede a Zeus para que os deixe juntos. O deus dos deuses permite, com a condição de que o dia em que Castor passasse entre os vivos, Polideuces ficaria entre os mortos, e vice-versa. É neles baseada a constelação e o signo de Gêmeos.

Página 33/34 - Prestes a embarcar em um ônibus, Percy vê três senhoras tricotando meias gigantes, e um fio ser cortado. Mais tarde ele descobre que elas eram as Parcas, entidades romanas que determinam o ciclo da vida. Na mitologia grega chamadas de Moiras traçam, no fio, o curso de vida da pessoa, desde seu nascimento até sua morte. Filhas de Nix, não eram persuadidas por deuses nem por sacrifícios mortais. Eram chamadas Cloto, Láquesis e Átropos, e possuíam a função de, respectivamente, tecer, modelar (conceder as desgraças e benefícios) e cortar o fio. Tais atributos determinavam o nascimento, o decorrer da vida e a morte, a qual já estava predestinada.

Percy Jackson e os olimpianos - O Ladrão de Raios

Começando aqui uma série de postagens que falei no Facebook, falarei sobre a mitologia implícita e explícita presente nos livros de Kate O'Hearn, Rick Riordan, capítulo a capítulo. Como os livros de Riordan possuem uma maior base mitológica, começarei por eles.


Capítulo Um

Sem querer, transformo 
em pó minha professora 
de iniciação à álgebra

Página 9 - O nome do protagonista, Percy, é um apelido para Perseu. No livro é tido como filho de Poseidon, porém mitologicamente, é filho de Zeus, o responsável por cortar a cabeça da Medusa. No livro é explicado que sua mãe colocou seu nome como Perseu por ele ser um dos únicos heróis que tiveram um final feliz.*

Página 13/14 - Em sua excursão ao Museu Metropolitano de Arte de Manhattan, Quíron(ainda disfarçado como o professor Brunner) mostra aos alunos uma estátua de Cronos comendo algum de seus filhos. Cronos fez isso pois quando destronou o pai Urano, este profetizou que ele cairia pela mão de uma de suas crias, pois a violência gera a violência. Assim, Cronos passa a devorar os filhos, até que Réia, revoltada em vê-los serem engolidos, com a ajuda de Gaia leva o último deles, Zeus, para a ilha de Creta, onde as ninfas Ida, Adrastéia e Amaltéia cuidaram dele até que ele conseguisse enfrentar o pai, Cronos. Quando isso acontece, Zeus, com a ajuda de Métis, prepara uma poção, e, disfarçando-se de copeiro de Cronos, consegue com que ele beba a mistura, a qual o faz vomitar os deuses já engolidos, e assim, dá-se início à Titanomaquia, batalha na qual os deuses lutaram contra os titãs pela disputa do mundo, sendo os vitoriosos os deuses.

Página 20 - Ao chamar Percy para conversar após o incidente com Nancy Bobofit na fonte, a Sra. Dodds transforma-se em uma Fúria, o nome romano para o monstro grego do submundo Erínia. Quando Urano é castrado por seu filho Cronos, seu sangue espirra na terra, fecundando-a mais uma vez. Dessa inesperada união, surgem as Erínias, chamadas Alectó, Megaira e Tisífone, entidades as quais eram incumbidas de punir os crimes mortais, como quando alguém não honrava a hospitalidade, mas em sua maioria agiam quando ocorriam assassinatos dentro da própria família. Ao começarem a perseguir uma pessoa, não descansam, nem quando a alma já está no submundo, torturando-a inclusive quando ela já está no Hades. São poderes os quais nem os deuses conseguem controlar, motivo pelo qual não são muito bem recebidas no Olimpo. Aparecem no primeiro e no último livro da saga.

*Em sua maior parte, os mais célebres heróis gregos tiveram tristes fins, como Héracles, Orfeu, Belerofonte, entre outros.